sexta-feira, 2 de julho de 2010

Premonição

Por Lucas Bueno

No Nelson Mandela Bay, na cidade de Porto Elizabeth, o Brasil perdeu a chance de conquistar a sexta estrela! 2 a 1 para os holandeses.

Com a derrota as deficiências, que antes nas vitórias eram mascaradas ou simplesmente ignoradas, são hoje evidenciadas. Emocional e falta de opções táticas foram os principais pecados verde-amarelos.

Começaremos analisando o plantel de Dunga. Desde os títulos da Copa América em 2007 e das Confederações em 2009, os selecionáveis carecem de diversidade, mas pouco era falado quando defrontado com o resultados recentes do Brasil. O treinador canarinho levou para a Copa da África os 23 melhores jogadores que ele julgava capazes de conquistar o título. Porém, desses seus atletas "comprometidos" apenas Daniel Alves, Ramires e Nilmar tinham condições reais de entrar em campo e mudar a história de uma partida.


Aí eu pergunto, qual o intuito de se levar tantos volantes? Kleberson foi apenas figurante, assim como Josué. Júlio Baptista nunca pode ser a única peça para substituir Kaká. Era mais prudente levar um Ganso e um Hernanes para mudar o esquema desse time.

Alguns poderão pensar que agora, após um revés, é fácil encontrar defentos, ainda mais, depois de tantas vítórias. Mas, essa carência por alternativas era debatida incessantemente antes da Copa e o erro na convocação de Dunga foi comprovado contra a Holanda.

O outro aspecto prejudicial ao Brasil no confronto contra os laranjas foi o nervosismo. Após comandar as ações no primeiro tempo de jogo e perdendo boas chances de ampliar o placar, a seleção tupiniquim desmoronou quando sofreu o gol de empate, depois do descuido de Júlio César e Felipe Melo em bola alçada na área. Com isso, toda "armadura" brasileira, já que o "Dunga é o guerreiro", esfacelou-se e veio o segundo gol. O Brasil tinha vivenciado, uma única vez, nesses quatro últimos anos uma situação parecida como a de hoje, quando o time estava atrás do placar. Essa vez fora na final da Copa das Confederações contra os estunidenses. Depois de estar perdendo por dois gols, conseguimos a virada. O cenário da África era um pouco distinto. Os brasileiros sofreram a virada no placar e os onze adversários não eram dos EUA, mas da Holanda, muito mais bem preparados para a vitória.


Os resquícios de esperança por uma virada acabaram no momento em que Felipe Melo foi expulso do gramado, por isso o título do post ser, Premonição. O esquentadinho, aprendiz de xerife, que fazia uma boa partida sendo determinante no gol do Brasil, dando uma assistência primorosa para Robinho, a destrui quando pisou na perna de Robben.  O temor de que ele poderia deixar o Brasil, com um a menos em campo, concretizou-se no momento mais importante da caminhada rumo ao hexa, até então, as quarta-de-final.

Todo esse comprometimento de Dunga estagnou no mesmo ponto que Parreira, com toda aquela bagunça, na Alemanha, quando ficou também entre os oito melhores de uma Copa do Mundo.

Resta ao Brasil chegar da África do Sul e iniciar um novo projeto visando a Copa do Brasil. Dunga não continuará no comando da amarelinha, além disso, uma reformulação de jogadores deverá ser feita. Talentos não nos faltam.


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