segunda-feira, 26 de julho de 2010

A primeira vez

Por Edu Ribeiro

Renovação, um novo espírito, apostar nos jovens. Todas essas expressões foram utilizadas hoje durante a cobertura da primeira convocação de Mano Menezes. O técnico convocou jogadores jovens, dentre eles 10 que estréiam na seleção. O ex-corintiano agora é exaltado, tanto por sua postura com a imprensa quanto pela escolha dos jogadores. Mano é colocado pela mídia e por Ricardo Texeira, este de forma a tentar de eximir sua culpa na derrota ocorrida na África, como a antítese de Dunga. Mas fazer isso agora, depois do fracasso da seleção e antes do início do trabalho de Mano é fácil. Então, que tal voltar um pouco no tempo antes de demonizar quem passou e endeusar quem está por vir.


Essa foi a primeira convocação de Dunga na seleção. no dia 1º de Agosto de 2006, para o amistoso contra a Dinamarca, em Oslo, na Suíça. (Estão representadas as equipes cujos atletas defendiam na época).

GOLEIROS
Gomes (PSV Eindhoven-HOL)
Fábio (Cruzeiro)

ZAGUEIROSJuan (Bayer Leverkusen-ALE)
Lúcio (Bayern de Munique-ALE)
Luisão (Benfica-POR)
Alex (PSV Eindhoven-HOL)

LATERAIS
Cicinho (Real Madrid-ESP)
Maicon (Internazionale-ITA)
Gilberto (Hertha Berlim-ALE)
Marcelo (Fluminense)

MEIO-CAMPISTAS
Gilberto Silva (Arsenal-ING)
Edmílson (Barcelona-ESP)
Dudu Cearense (CSKA-RUS)
Elano (Shakahtar Donetsk-UCR)
Julio Baptista (Real Madrid-ESP)
Jônatas (Flamengo)
Morais (Vasco da Gama)
Wagner (Cruzeiro)

ATACANTESDaniel Carvalho (CSKA-RUS)
Robinho (Real Madrid-ESP)
Fred (Lyon-FRA)
Vagner Love (CSKA-RUS)

Analisando o contexto no qual ela ocorreu, a lista pode ser considerada boa. O período era também de renovação, de mudar tanto jogadores, quanto a postura de 2006. A agora criticada atitude de Dunga, de comprometimento e seriedade, era exaltada por muitos na época. A lista teve jogadores jovens que se destacavam no Brasil como Marcelo, Jônatas, Morais e Wagner além de outros que estavam em mercados menos populares como Ucrânia e Rússia. Marcaram presença também oito remanescentes da Copa de 2006 (Juan, Lúcio e Luisão Cicinho, Gilberto, Gilberto Silva, Fred e Robinho), os poucos que se salvaram do vexame brasileiro. Por coincidência, São Paulo e Internacional estavam, naquele ano, nas semi-finais da Libertadores, logo, não tiveram seus jogadores convocados. A discussão da época era se Ronaldinho, Kaká e Robinho poderiam jogar juntos. Dunga tentou renovar, apostou em Maicon, muito contestado na época, em Elano, desconhecido por muita gente, jogadores que acabaram se tornando pilares da equipe brasileira. Durante o trabalho, Dunga errou muito, acabou se apegando demais a jogadores leais a ele, o que limitou seu time. Talvez tenha feito isso porque era mais capitão do que técnico, e um bom capitão nunca deixa seu navio, mesmo quando este esteja para afundar. Porém, seu começo não foi tão diferente do de Mano.

Voltando ao presente, a lista de Mano

A convocação é boa, porém ainda é limitada por alguns fatores como contusões, São Paulo e Inter disputarem a Libertadores e pelas férias de alguns jogadores que atuam na Europa. Destes 24 alguns devem seguir até a Copa de 14 e outros devem se perder pelo caminho, talvez nem sendo mais lembrados. Os que têm grande chance estar na Copa, caso continuem na toada que estão hoje são: Victor, Daniel Alves, Thiago Silva, Hernanes, Ramirez, Lucas, Ganso, Neymar, Robinho e Pato. Devem ainda ser lembrados por Mano, mais futuramente, alguns que jogaram 2010 como Luis Fabiano, Maicon, Julio Cesar e Kaká. Já Lúcio e Juan tem qualidade e condicionamento físico para estarem em 2014, porém, Thiago Silva se destaca cada vez mais, sem contar com Henrique e David Luiz, também excelentes zagueiros. Talvez seja a hora para dar espaço para os mais novos também na defesa, pois mesmo os dois “titulares” sendo bons, daqui a 4 anos, os garotos podem estar melhor.


Mano chamou mais jovens que Dunga na sua primeira vez, é também mais qualificado que seu antecessor. Mas 4 anos são muito tempo, então, não se pode já considerar o novo treinador como o messias. Em caso de derrota, não se deve crucificá-lo como foi feito com Dunga. Durante este período, muita coisa pode mudar, novos talentos podem surgir, jogadores podem se machucar, Mano pode chamar um jornalista de cagão, mesmo sendo pouco provável. Enfim, resta esperar para ver e analisar o trabalho de Mano Menezes.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Hello Bola!

Por Lucas Bueno

Nestes últimos quarenta dias, o mundo respirou Copa do Mundo, tudo se relacionava à África. Com o encerramento dos jogos, o esporte em destaque é o basquete da NBA. Todos aguardavam ansiosos para este período de negociações, anteriores a temporada 2010/2011, porque muitos dos jogadores mais valiosos da liga possuíam o passe livre, podendo negociar com qualquer equipe do mundo.

Diante desse cenário, três dos melhores jogadores estunidenses da atualidade, decidiram se unir em busca do tão sonhado anel de campeão. E esses atletas são Dwyan Wade, Chris Bosh e o cobiçado LeBron James. Eles agora atuam pelo Miami Heat. Wade já atuava por lá e convenceu os amigos Bosh, que jogava no Toronto Raptors e LeBron, no Cleveland Cavaliers, a migrarem à Flórida.


LeBron James optou reduzir seus salários, de 128 milhões de dólares por seis temporadas se renovasse contrato com os Cavaliers para 99 milhões de dólares por cinco anos em Miami, todo "esforço" para atuar em um time competitivo e buscar para si o inédito título da NBA.

Outros grandes jogadores negociaram novos contratados foram. O pivô Amare Stoudemire trocou o Phoenix Suns pelo New York Knicks. Carlos Boozer, também pivô, saiu do Utah Jazz para atuar no Chicago Bulls. Outros permaneram em suas equipes, como, Kobe Bryant nos Lakers e o alemão Dirk Nowitzki, no Dallas Mavericks.


A partir desta temporada, a NBA terá mais um representando brasileiro no seu elenco de jogadores. Ele é Tiago Splitter e será o principal reforço do San Antonio Spurs. O pivô de 25 anos atuava no Caja Laboral da Espanha e foi considerado, no último campeonato, o melhor jogador da Liga Espanhola.

Já Leandrinho Barbosa que atuou no Texas, na equipe do Phoenix Suns, por cinco temporadas, foi envolvido em uma troca com o turco Hedo Turkoglu. Agora atuará pela franquia do Canadá, o Toronto Raptors.

Os Caras da Copa

Por Lucas Bueno

A Copa da África já é passado, mas o entusiasmo dos torcedores persiste ao relembrar as jogadas marcantes, os gols bonitos, erros de arbitragem, clássicos e os melhores jogadores do Mundial. E é isso que o blog fará.

Não selecionaremos apenas os onze melhores jogadores da Copa, mas também, escalaremos uma seleção com as surpresas, nomes pouco conhecidos ou debatidos antes do Mundial de 2010.

A nossa seleção dos melhores é escalada no esquema "da moda", o 4-2-3-1.

1. Iker Casillas (ESP)
2. Maicon (BRA)
3. Piqué (ESP)
4. Juan (BRA)
6. Philipp Lahm (ALE)
5. Schweinsteiger (ALE)
8. Xavi (ESP)
7. Muller (ALE)
10. Sneijder (HOL)
11. Iniesta (ESP)
 9. David VIlla (ESP)

 Já as "surpresas" vem com:

1. Enyeama (NIG)
2. Brecko (SLV)
3. Marcus Túlio Tanaka (JAP)
4. Jonathan Mensah (GAN)
6. Fábio Coentrão (POR)
5. Arévalo Rios (URU)
8. Khedira (ALE)
7. André Ayew (GAN)
10. Ozil (ALE)
11. Birsa (SLV)
 9. Honda (JAP)

Os jogos na África fizeram com que o futebol uruguaio voltasse a reviver momentos de glória, por isso, com justiça Diego Forlán foi escolhido o Bola de Ouro.

Os germânicos, por sua vez, mostraram um futebol totalmente diferente do habitual. A miscigenação encontrada na seleção alemã com turcos, tunisos, poloneses e brasileiros, transformou o jogo, antes, pragmático e eficiente, em um time versátil, envolvente, habilidoso e também eficiente. Tanto que teve Thomas Muller conquistando o prêmio de revelação da Copa e o Chuteira de Ouro, com cinco gols anotados.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Gracias!

Por Lucas Bueno

Esta Copa da África recompensou seleções que demonstravam em seu jogo a verdadeira essência do futebol: a arte e a plástica.  A Espanha,  ganhadora desse Mundial, é o sinônimo que melhor exemplifica o futebol bonito.

A Fúria, que tinha a fama de desapontar seus torcedores nos momentos em que a vitória parecia garantida, entrou para o seleto grupo de sete seleções, agora são oito, Brasil, Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai, Inglaterra, França e Espanha, que conquistaram um Copa do Mundo.


A Espanha é desde a conquista da Eurocopa de 2008 o reflexo do futebol praticado dentro de seu país. Ela possui uma liga nacional forte, onde todos os jogadores querem atuar, por beneficiar o jogo bonito e a habilidade. Tem dois dos maiores clubes de futebol do mundo, Real Madri e Barcelona, além da seleção ser a base do time catalão, responsável pelo melhor futebol do mundo. Sete dos onze jogadores espanhóis que iniciaram a final contra a Holanda são do Barcelona: Puyol, Piqué, Busquets, Xavi, Iniesta, Pedro e o mais novo contratado David Villa.

La Roja venceu os laranjas na final não fazendo seu melhor jogo na Copa. Os espanhóis tiveram a maior posse da bola em todo o campeonato, mas por um excesso de preciosismo em alguns momentos, não faziam gols, por isso, foi a campeã mundial com o menor número de gols marcados na história, oito no total.


Alta qualidade nos passes, marcação sob pressão por boa parte dos jogos, defesa sólida e um goleiro muito confiável, esses são os fatores que resumem com eficiência o atual momento espanhol. Sem esquecer de mencionar, como é bom e proveitoso possuir no banco de suplentes jogadores capazes de entrar e definir uma partida (não é mesmo Dunga!). Fernando Torres, David Silva, Reina, Mata, sem contar com outros dois jogadores que entraram durante a final e ajudaram os espanhóis, Fábregas e Jesus Navas.

Navas entrou para ser um légitimo ponta-direita. Rápido e habilidoso jogou atacando o setor mais fraco da Holanda, o de Van Bronckhorst. Outro que entrou para decidir o jogo foi capitão do Arsenal, Fábregas, deu uma assistência para Iniesta marcar na prorrogação.

A Holanda, por sua vez, adotou, simplesmente, a tática de não jogar. Preferiu freiar o jogo espanhol com seguidas faltas, apostando em falhas do adversário, que resultaram por duas vezes chances para Robben, cara-cara com Casillas, desperdiçar o gol.


O futebol mundial agradece a Espanha por ter vencido a Copa do Mundo. Acredito que a "nova" Alemanha demonstrou, nos seus melhores momentos, um jogo mais agradável de se ver. Mas esse Mundial presentiou a seleção que melhor atuou nos últimos quatro anos, perdendo apenas duas vezes em 52 partidas.

Obrigado Espanha por dar novamente esperanças ao verdadeiro futebol! Hasta 2014...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Como a laranja engrenou?

Por Lucas Bueno

A Holanda, pela terceira vez em sua história, disputará uma final de Copa do Mundo. Nas duas primeiras saiu derrotada, em 1974 para os alemães e em 1978 para os argentinos. Justamente essa seleção da década de 70, foi que apresentou o futebol holandês para o mundo, com o famoso "carrossel", esquema tática revolucionário, no qual nenhum jogador guardava posição em campo, mostrando grande movimentação. Já na África do Sul, a laranja mecânica tentará mudar esses vice-campeonatos frente a Espanha.

Mesmo chegando à finalíssima a seleção holandesa ainda recebe críticas individuais e por seu futebol pragmático. Os zagueiros, Heitinga e Mathijsen, são pouco confiáveis, o volante Van Bommel, pesado e faltoso, e o atacante Van Persie, autor de apenas um gol na Copa, são os principais alvos. Com todos esses "problemas" apontados por diversos críticos de futebol, como a Holanda pode chegar à final?


A equipe do treinador, Bert Van Marwijk, está invicta desde as eliminatórias, quando venceu todos os seus jogos. Nesta Copa da África, também venceu todos os seus confrontos, podendo igualar a seleção brasileira de 1970 ganhando todos os duelos das eliminatórias e da Copa.

A explicação desse sucesso laranja, o óleo da engrenagem, responde pelo nome de Wesley Sneijder. O camisa 10 é o maestro desse time. Cadência o jogo no momento certo, acelera quando preciso, já anotou cinco gols nessa Copa, o possível craque da competição caso vençam os espanhóis domingo, no Soccer City.  Ele, ao lado de Robben, estão em destaque no futebol mundial desde a final da Champions League entre Bayern de Munique e Inter de Milão, cada um sendo o principal destaque da sua equipe.


Além dos destaques ofensivos já conhecidos, a Holanda mostrou ao mundo seu novo goleiro, Stekelenburg, 1,94 m, que substitui com sucesso o seu antecessor Van der Sar. Outro ponto forte da laranja são as peças de reposição. Van der Vaart, Elia, Afellay, Babel, podem entrar a qualquer momento e mudar um jogo, fator que faltou na seleção brasileira.

Mesmo não recebendo o favoritismo na opinião de seu maior craque, Johan Cruyff, a Holanda buscará vencer o melhor futebol da Copa e entrar na história, não só por ser revolucionária táticamente ou por apresentar alguns bons jogadores de futebol, mas por serem campeões do mundo.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A grande promessa e a triste queda

Por Edu Ribeiro

O jogo carregava muita expectativa. As duas melhores equipes da competição se enfrentavam pela vaga na grande final. Ambas seleções tinham apresentado características muito particulares durante o torneio. A Alemanha chegou sem fazer muito alarde com uma equipe jovem e sem estrelas. Acabou mostrando o melhor futebol da Copa. Um time que sabia tocar a bola, com uma defesa sólida e um contra-ataque fulminante. Os garotos alemães ganharam notoriedade durante o torneio, passaram facilmente por Argentina e Inglaterra. O time se firmou, aparentava estar próximo da perfeição. Tinha o desfalque de Muller, mas o futebol coletivo da equipe levava a crer que era possível superar o problema. Do outro lado, a Espanha, favorita desde o início da competição, com um time extremamente técnico e um elenco de imensa qualidade. Durante a Copa, a equipe sempre manteve o mesmo padrão de jogo. O time sempre tinha a posse de bola, tocava com maestria, criava diversas chances, porém, na hora de finalizar, pecava pela imprecisão e pelo preciosismo. A Espanha havia prometido futebol bonito, mas não conseguia cumprir a promessa. Quem jogava bonito até agora eram os alemães.


O jogo...
Como era de se esperar os espanhóis começaram o jogo da maneira com que estavam acostumados, tocando a bola, girando de um lado para o outro até encontrar uma brecha na defesa adversária. Era de se esperar que a Alemanha também mantivesse seu padrão, ficando um pouco mais na defesa, mas saindo em velocidade. Era de se esperar, mas não foi assim. Joachim Low segurou seu time na defesa, os garotos não conseguiam tocar a bola, muito menos criar chances perigosas. Resultado, o jogo ficou do jeitinho que a “Fúria” gosta, com bastante espaço para trabalhar a bola e com um adversário que não atacava. Depois de um primeiro tempo pegado e sem muitas chances de gol, a seleção espanhola dominou os germânicos na segunda etapa. Xabi Alonso arriscava de fora, Iniesta armava jogadas perigosas, o gol era apenas questão de tempo. Porém, um lampejo alemão deu indícios de que o jogo poderia mudar. Grande troca de passes na esquerda, cruzamento na área e Toni Kroos, que havia entrado no lugar de Trochowsky, chuta para uma grande defesa de Cassillas. Seria a reação alemã, os meninos retomando seu grande futebol? Podia ser, mas logo depois em uma cobrança de escanteio, Puyol sobe de cabeça e faz 1 a 0 Espanha. Jogo definido, o ataque fora apenas o último suspiro alemão antes da queda. Depois do gol espanhol, os alemães não tiveram mais força para ameaçar o gol de Cassillas. Os espanhóis ainda tiveram uma chance com Pedro, que poderia ter matado o jogo tocando a bola para Fernando Torres, livre, mas pensou tanto em fazer seu primeiro gol em Copa do Mundo que acabou perdendo a oportunidade.


E agora José?
Para Alemanha, fica o gosto amargo da disputa de terceiro lugar. O time surpreendeu a todos, jogou um excelente futebol, mas caiu quando fugiu as suas próprias características. Muller fez falta, mas a postura defensiva do time não foi apenas conseqüência de sua ausência. Low errou na maneira que armou o time, acabou fazendo o jogo que a Espanha queria. Até tentou concertar no meio do jogo colocando Toni Kroos, mas era tarde de mais. Pena não ver um time tão bonito chegar à final!
Já a Espanha chega à final com todos os méritos, tem grandes jogadores, joga um excelente, mas não cumpre a promessa de ser o grande time, falta alguma coisa, mais do que apenas gols, parece que falta a vontade de se tornar grande. Terá seu grande momento histórico no domingo, não aproveitá-lo agora pode transformar a seleção em apenas uma grande promessa que não se concretizou.



Obs: Galvão Bueno narra muito bem, só que acho que estava narrando outra partida. Até agora não achei o centroavante da Espanha, que ora era chamado de Deivid Villa ora de David Villar, sem falar é claro no Ozil, sendo chamado de algo parecido com Wesley. Pô Galvão, ele era o ganso alemão esqueceu?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Maluco Beleza

Por Lucas Bueno

O confronto entre uruguaios e ganeses, no estádio Soccer, foi épico. Mas, o jogo era o que menos chamava a atenção, pela qualidade técnica de ambos, se comparados aos demais seleções presentes nas quartas-de-finais da Copa do Mundo.

A peleja tinha um interessante enredo histórico que a compunha. Gana era a esperança do continente africano em conquistar o título em "sua" Copa. Vencendo eles seriam a primeira seleção africana a chegar na semi-final de um mundial. Já os celestes voltariam a figurar entre as quatro melhores seleções depois de quarenta anos.


O jogo não empolgava até o último lance da prorrogação. Nesse momento, surgiram os quatro personagens do duelo, Gyan e Adiyiah, por Gana, e Suaréz e "Loco" Abreu pelos uruguaios.

A partida caminhava para a disputa de pênaltis, já que, nos noventa minutos iniciais as seleções empataram por 1 a 1, com gols de Muntari para os africanos e Forlán para os sul-americanos. O relógio marcava cento e vinte minutos de jogo, ou seja, o minuto derradeiro do tempo-extra, quando Gana alçou a Jabulani na grande área pela direita, Prince Boateng escorou de cabeça e em um bate-rebate, Adiyiah cabeçou a bola que ia entrando e dando a classifição à África, até que...


Suárez, o artilheiro do Uruguai, em um ato inesperado e consciente defendeu a cabeçada do adversário com as mãos. Penalidade máxima. Todo o continente africano iria bater, mantendo assim, as esperanças de vitória. Cartão vermelho para o atacante-goleiro. Os uruguaios, desolados, estavam virtualmente desclassificados do Mundial. Gyan, que havia feito na Copa, dois gols de pênalti antes daquele jogo pôs a bola na cal. Ele foi para a cobrança, silêncio no gigante Soccer City. A Jabulani, teimosa como sempre, balançou o travessão de Muslera. Acaba-se o jogo, mas ele ainda não estava definido. Necessitava-se de uma disputa de penalidades para definir o semi-finalista.

O camisa 9 do Uruguai que saía às lágrimas por ser expulso de campo, entrou em êxtase ao ver a possibilidade de classificação ressurgir à Celeste, após erro do ganês.

Nas penalidades, acertos e erros para os dois lados, até que Adiyiah, aquele que quase fez o gol de cabeça foi para a cobrança. Partiu... e perdeu, Muslera defende e aponta para seus companheiros, passando a responsabilidade da definição. Eis que desponta entre os vinte atletas perfilados e abraçados no meio do campo, um jogador conhecido da torcida brasileira e principalmente dos botafoguenses, Sebastían "El Loco" Abreu.


Era a última cobrança, convertendo acabava o jogo. Todos os brasileiros que assistiam a partida sabiam ou torciam para que o "maluco" batesse o pênalti com a cavadinha, relembrando o feito contra o Flamengo na final do campeonato carioca. O foi o que ele fez! Uruguai nas semis.

Zidane é craque ao bater uma penalidade com cavadinha na final de uma Copa, Abreu é louco ao bater com cavadinha na final do Carioca. Agora, o atacante botafonguense deu o famoso toquinho em uma quarta-de-final da Copa. El Loco está evoluindo, o próximo passo será a sua internação em um manicômio.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Premonição

Por Lucas Bueno

No Nelson Mandela Bay, na cidade de Porto Elizabeth, o Brasil perdeu a chance de conquistar a sexta estrela! 2 a 1 para os holandeses.

Com a derrota as deficiências, que antes nas vitórias eram mascaradas ou simplesmente ignoradas, são hoje evidenciadas. Emocional e falta de opções táticas foram os principais pecados verde-amarelos.

Começaremos analisando o plantel de Dunga. Desde os títulos da Copa América em 2007 e das Confederações em 2009, os selecionáveis carecem de diversidade, mas pouco era falado quando defrontado com o resultados recentes do Brasil. O treinador canarinho levou para a Copa da África os 23 melhores jogadores que ele julgava capazes de conquistar o título. Porém, desses seus atletas "comprometidos" apenas Daniel Alves, Ramires e Nilmar tinham condições reais de entrar em campo e mudar a história de uma partida.


Aí eu pergunto, qual o intuito de se levar tantos volantes? Kleberson foi apenas figurante, assim como Josué. Júlio Baptista nunca pode ser a única peça para substituir Kaká. Era mais prudente levar um Ganso e um Hernanes para mudar o esquema desse time.

Alguns poderão pensar que agora, após um revés, é fácil encontrar defentos, ainda mais, depois de tantas vítórias. Mas, essa carência por alternativas era debatida incessantemente antes da Copa e o erro na convocação de Dunga foi comprovado contra a Holanda.

O outro aspecto prejudicial ao Brasil no confronto contra os laranjas foi o nervosismo. Após comandar as ações no primeiro tempo de jogo e perdendo boas chances de ampliar o placar, a seleção tupiniquim desmoronou quando sofreu o gol de empate, depois do descuido de Júlio César e Felipe Melo em bola alçada na área. Com isso, toda "armadura" brasileira, já que o "Dunga é o guerreiro", esfacelou-se e veio o segundo gol. O Brasil tinha vivenciado, uma única vez, nesses quatro últimos anos uma situação parecida como a de hoje, quando o time estava atrás do placar. Essa vez fora na final da Copa das Confederações contra os estunidenses. Depois de estar perdendo por dois gols, conseguimos a virada. O cenário da África era um pouco distinto. Os brasileiros sofreram a virada no placar e os onze adversários não eram dos EUA, mas da Holanda, muito mais bem preparados para a vitória.


Os resquícios de esperança por uma virada acabaram no momento em que Felipe Melo foi expulso do gramado, por isso o título do post ser, Premonição. O esquentadinho, aprendiz de xerife, que fazia uma boa partida sendo determinante no gol do Brasil, dando uma assistência primorosa para Robinho, a destrui quando pisou na perna de Robben.  O temor de que ele poderia deixar o Brasil, com um a menos em campo, concretizou-se no momento mais importante da caminhada rumo ao hexa, até então, as quarta-de-final.

Todo esse comprometimento de Dunga estagnou no mesmo ponto que Parreira, com toda aquela bagunça, na Alemanha, quando ficou também entre os oito melhores de uma Copa do Mundo.

Resta ao Brasil chegar da África do Sul e iniciar um novo projeto visando a Copa do Brasil. Dunga não continuará no comando da amarelinha, além disso, uma reformulação de jogadores deverá ser feita. Talentos não nos faltam.